A criação do mundo


Mais do mesmo de mais

Diz António Barreto que está “farto do PSD”, temendo os efeitos que a patética crise no partido possa gerar na sociedade e na democracia portuguesas. O problema é não ser patriótico estar farto de Portugal. Dizê-lo seria excessivo, decerto, e quem a tal se atrevesse seria penalizado pelos virginais defensores que empunham a espada de D. Afonso Henriques por dá cá aquela palha. A verdade é que este país é, pelo menos, cansativo e parolo. É do próprio país a culpa – nossa, dos que vieram antes e dos que virão depois – de ter evoluído rumo a um bipartidarismo absurdo. Não propriamente pelo conceito da alternância, mas pela bizarra circunstância de serem permanentes candidatas ao Governo duas formações absolutamente similares e bizarras, em que o liberalismo vive de braço dado com a social-democracia. Vai estourando o PSD porque o PS está na mó de cima, mas ambos nadam na mesma sopa de contradições. Já para não falar dos profissionais da política, despidos de ideias e satisfeitos por se moverem nesse caldeirão de intrigas, na expectativa de que a sopa seja repartida por bem areados tachinhos.

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