A criação do mundo


Dia da Terra

Não direi que seja assim com toda a gente, mas "a aldeia" é coisa comum às pessoas da cidade. Eu, tripeiro de gema de primeira geração, tenho duas, mas a mais marcante é, como já terei dito algures, a terra da minha Mãe, Vale Formoso, concelho da Covilhã. Aí passávamos, nesses tempos que vão parecendo tão distantes, o mês de Setembro inteiro, ano após ano. Ora, houve alguém que chegou aqui ao blogue depois de introduzir no Google as palavras mágicas "fotos vale formoso/covilhã", pesquisa alheia que me levou ao blogue Máfia da Cova, a que roubei, descaradamente, a foto que se segue.


Hoje, Dia da Terra, a coisa não poderia começar pior. A febre das podas assassinas, tantas vezes denunciada por quem sabe, chegou aos caminhos da minha meninice. Esta estrada, uma das três que levam ao povo, como por lá se diz, era ladeada por árvores frondosas, que produziam sombras estupendas em praticamente toda a extensão. Quando andávamos com as bicicletas, ir dar "a volta ao ramal" significava, justamente sair da aldeia por um dos lados, ir até à estrada que liga a Covilhã à Guarda, virar depois na direcção de Manteigas e, após subida e curvas variadas, regressar a Vale Formoso (indiquei o circuito a azul na imagem do Google Earth).


Agora, a estrada é ladeada por cadáveres adiados, que tentarão crescer das feridas mas nunca voltarão a ser os portentos que foram. Por causa de uns imbecis quaisquer, não sei se da junta de freguesia se do município, apenas que imbecis.

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