Mais um que raramente se engana
3 Comments Publicado por POS - quarta-feira, 9 de janeiro de 2008 às 15:30.
Há um certo patriotismo anacrónico que me impacienta e que, nos dias de hoje, apenas faz sentido nas cabeças de bacanos como os amigos de Olivença. Portugal, admitamo-lo, não tem arcaboiço para existir fora da União Europeia, e a Europa sem integração transformar-se-á no barril de pólvora que sempre foi antes do processo desencadeado pelo Plano Marshall (sim, porque a UE é, em primeira análise, uma invenção geoestratégica dos americanos, cumprindo-lhe rejeitar esse estatuto de tampão, neste tempo em que vemos reacender o espírito da Guerra Fria). Portanto, nunca achei que este Tratado de Lisboa devesse ser referendado. Critico apenas - porque isso me choca - a desfaçatez de um primeiro-ministro que, ao invés de emendar a mão e reconhecer o erro populista da campanha eleitoral, anda por aí a dizer que tinha prometido referendar um tratado constitucional e que este (basicamente, a mesma treta) é uma coisa completamente diferente.
Camarada, companheiro e amigo
Não me venham dizer que Sócrates mentiu. Ele prometeu, sejamos rigorosos, referendar o Tratado Europeu e não o Tratado de Lisboa. Portanto, não mentiu.
Aliás, como sabes, ele não mente e – ao que parece – também nunca se engana e raramente tem dúvidas.
O mesmo se passa com a falsa tese de que Sócrates prometera criar uns largos milhares de empregos para os portugueses.
Isso é mentira. O que ele prometeu, sejamos rigorosos, foi arranjar uns milhares de tachos (perdão, empregos) para os socialistas. Prometeu e cumpriu.
Kandandu
Camarada,
É a tua opinião, claro, mas eu não quis ir além do que realmente escrevi, na medida em que práticas transversais à classe que nos tem governado não podem ser atribuídas a um só partido.
Camarada, comanheiro,
Tens razão. A responsabilidade não é de um só partido.