Desde ontem e até sei lá quando, talvez daqui a dois meses, vivo nas trevas. A explicação é fácil e não envolve negociatas com o mafarrico: andam a arranjar a fachada do meu prédio e tenho andaimes em todas as janelas, vejo trolhas a passarinhar de um lado para o outro, ouço com clareza as eruditas conversas com que aliviam o peso da labuta; ora, como não os quero a espreitar cá para dentro, mantenho as persianas fechadas e afasto de mim a luz do sol. Mas nem tudo é negro. Este ano, por causa das obras, o vizinho de cima não pôde obrigar-me a ver, da minha sala, os pés do Pai Natal; vi da rua, um destes dias, que o pendurou dentro de casa.
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